Nos
próximos dias 22, 23, 24 e 25 de Abril o Património Cultural em geral e a escrita
do Sudoeste em particular destacam-se no intenso e diversificado programa do 4º
Festival de Caminhadas de Ameixial (Loulé, Algarve): caminhadas, experiência
participativa em arte pública, oficina de cerâmica da Idade do Ferro, palestras,
actividades para famílias, momentos gastronómicos, entre outras.
Todas
estas actividades pretendem responder a alguns dos objectivos do Festival, como
promover os valores culturais da freguesia, contribuir para posicionar a
“Serra” no segmento do Turismo Cultural e reforçar a ligação da comunidade
local aos seus valores culturais. Recorde-se que a diferenciação e identidade
do Festival de Caminhadas de Ameixial é inspirada na escrita do Sudoeste, a
primeira forma de escrita da Península Ibérica e um valor cultural único, cujo
epicentro é precisamente esta “Serra” entre o Baixo Alentejo e o Algarve.
Como
já foi anunciado, para além das mais de 20 caminhadas guiadas e passeios
temáticos diferentes, workshops
técnicos e dos momentos de animação vão-se realizar acções de divulgação da escrita
do Sudoeste e da Idade do Ferro.
Nas
tardes dos dias 23 e 24 de Abril, entre as 15h e as 17h30, a artista plástica Sara Navarro a partir da escrita do Sudoeste,
desafia-nos a juntar arte, património e caminhadas. Assim, “Paisagem e Memória”
é uma experiência participativa em arte pública onde se espera que os intervenientes
do Festival, com a investigadora do Centro de Investigação e Estudos em
Belas-Artes da Universidade de Lisboa, ajudem na transformação de espaços
públicos do Ameixial, criando uma obra de 'street art' - pintura mural de
grandes dimensões, em perspectiva anamórfica (imagem “deformada” que se
apresenta perceptível em determinada posição). Esta actividade, em parceria com
o Museu Municipal de Loulé, realiza-se no âmbito da exposição de arqueologia de
rua itinerante “Quem nos Escreve desde a Serra”.
No
dia 23 de Abril há ainda a apresentação do Projeto
«Through old letter to new friendship», um projecto internacional Erasmus+ com
parceiros da Croácia, Portugal, Roménia, Polónia e Turquia, relativo a antigas
escritas enquanto Património Cultural, fomentando não só a troca mútua de informações
históricas mas também a expansão da amizade e de novos conhecimentos de alunos,
pais e funcionários das escolas e dos parceiros do Projecto.
Ainda
neste dia, pelas 21h, também no âmbito da exposição “Quem nos Escreve desde a
Serra”, Obra ao rubro é a conclusão da Oficina
de cerâmica da Idade do Ferro, Arte e Arqueologia com a cozedura em fogueira a céu aberto das
peças produzidas na primeira sessão da oficina. Nesta, famílias e adultos, com
Sara Navarro exploraram algumas das técnicas de modelação e decoração da
cerâmica proto-histórica do território português, criando pequenas figuras em
argila (coroplastia) e vasos queimadores
da Idade do Ferro.
No
dia 24 de Abril haverá a caminhada temática sobre a escrita do Sudoeste guiada
pelo Projecto ESTELA. Entre os vales encaixados e os terrenos agrícolas das
ribeiras do Vascanito e do Vascãozinho a caminhada dedicada à escrita do
Sudoeste e à Idade do Ferro na serra do Algarve visita três dos sítios
arqueológicos onde já foram encontradas estelas com esta escrita. No percurso
de 7km ficamos ainda a conhecer a beleza natural do local e algum do património
etnográfico que modelou a paisagem e que nos revela a importância que teve em
outros tempos.
No
dia 25 de Abril realiza-se a caminhada do Vascão e escrita do Sudoeste guiada
pelo Projecto ESTELA e por Tonico Fernandes. Num percurso entre um ondulante
montado, uma suave cumeada sobre o vale, uma bonita descida até perto da aldeia
Tavilhão, os meandros da ribeira do Vascão e uma subida pelo Azinhal dos
Mouros. Nesta caminhada de 16km são muitos os vestígios e a presença de
animais, a constante mudança da paisagem natural, onde os traços da presença
humana incluem uma mina, sítios arqueológicos ligados à escrita do Sudoeste e
uma aldeia medieval.
Neste
dia, pelas 15h, as famílias podem conhecer mais a escrita do Sudoeste na
oficina lúdica “Cada estela, uma tela”. Após uma breve explicação das estelas
com escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro no Baixo Alentejo e Algarve, como os
signos e as regras que conhecemos, o público é convidado a usar os caracteres
da escrita, usá-los como fonte de inspiração e fazer a sua equivalência com as
letras do seu nome ou palavras que queira escrever.
No
final do dia, pelas 19h, serão apresentados os resultados do projeto
participativo de criação coletiva e das peças da cozedura de cerâmica, acima
referidos.
Para
além destas actividades ligadas ao Património Cultural, vai-se realizar no dia
22 de Abril pelas 18h uma exposição fotográfica sobre os anos anteriores do
Festival. No mesmo dia, às 21h30, haverá uma caminhada temática pela aldeia do Ameixial.
No dia 23 de Abril as caminhadas temáticas com um pastor, do património serrano
e sobre a história local começam às 9h30. Neste dia, pelas 16h30 destaca-se a
realização de uma palestra sobre o itinerário do Sul do Caminho de Santiago com
Luísa Martins e Susana Karina Sousa. No dia 24, pelas 21h30, haverá transmissão
de património imaterial com contos e conhecimento popular. No último dia, logo
pela manhã realizam-se novas caminhadas com um pastor e do património serrano e
a da Pré-História. Todos os dias haverá momentos ligados à gastronomia local (nos
pequenos almoços, merendas, com particular destaque nos jantares de dia 23 e 24,
bem como nas cerimónias de abertura e encerramento) e venda de produtos locais
e de artesanato do Projecto TASA.
O 4º Festival de Caminhadas de
Ameixial é
uma iniciativa do Município de Loulé e da QRER - Cooperativa de Desenvolvimento
dos Territórios de Baixa Densidade, com organização da Proactivetur, do Projecto ESTELA e da Associação de Trail Running Algarve, com a parceria da Junta de Freguesia
do Ameixial, do Grupo
Desportivo Ameixialense, da Direção
Geral do Património Cultural,
do Museu
Municipal de Loulé,
da Câmara Municipal de
Almodôvar e do SulInformação.
A
participação no Festival é gratuita, mas as inscrições são obrigatórias.