A participação do Projecto ESTELA no 2º
Festival de Caminhadas do Algarve não se resumiu às caminhadas
realizadas, houve ainda uma visita à exposição de rua itinerante Quem nos escreve desde a Serra, um Peddy Papper para famílias dedicado à
escrita do Sudoeste e uma “escavação arqueológica” para crianças.
A visita guiada à exposição de rua itinerante Quem nos escreve
desde a Serra, foi uma das iniciativas que abriu o Festival. Nesta
apresentam-se alguns dos materiais arqueológicos da Idade do Ferro provenientes
do concelho de Loulé e dá-se a conhecer a investigação realizada pelo Projecto
ESTELA na serra do Algarve e do Alentejo, revelam-se ainda o que se conhece
sobre os aspectos particulares dos signos e das estelas com escrita do Sudoeste,
bem como o modo de vida e da morte destes povos.
Dividida pela via principal da Aldeia, a EN2 que
liga Faro a Chaves, esta primeira visita realizada para perto de 30 pessoas,
repetiu-se mais duas vezes sendo uma delas em inglês e foi registada pelo Sul
Informação.
Recorde-se que esta exposição faz parte de uma
colaboração da Câmara Municipal de Loulé com o Projecto
ESTELA e conta ainda com o apoio
da Direção
Regional de Cultura do Algarve, da Junta de
Freguesia do Ameixial, da Junta de Freguesia de Benafim, da Junta de Freguesia de
Salir, do Museu Municipal de Faro, da Direção
Geral do Património Cultural e do
Museu Nacional de Arqueologia.
Uma das que se manteve desde o ano
passado foi a realização do Peddy
Papper para famílias dedicado à escrita do Sudoeste. No último dia do
Festival, 5 as famílias num total de 14 pessoas, realizaram um percurso de 2km interagindo
com o meio ambiente, os habitantes do Ameixial e a descoberta do património
natural e cultural da aldeia.
De uma forma lúdica e
divertida pela aldeia, a partir das pistas entregues, onde estava indicado o
que cada equipa tinha de fazer, nomeadamente decifrar alguns enigmas e cumprir
alguns desafios a partir dos signos da escrita do Sudoeste e sobre o seu
período cronológico. Estas tarefas eram introduzidas com um texto sobre a
escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro, um mapa da aldeia e a equivalência dos
signos da escrita do Sudoeste e algumas letras do nosso alfabeto
Gostaríamos de
agradecer a Andreia Pintassilgo no acompanhamento e registo fotográfico desta
actividade.
No segundo dia, foi
realizado um workshop para crianças.
Esta inspirava-se nas estelas com escrita do Sudoeste e numa das formas de
enterrar durante a Idade do Ferro.
Assim, crianças dos 7
aos 12 anos tinham de realizar a escavação de uma sepultura em forma de cista,
descobrir como eram enterradas as pessoas nessa época através da disposição de
um esqueleto e que oferendas tinham com elas pelos objectos arqueológicos que
aí tinham sido colocados.
Toda esta descoberta
era revelada seguindo os procedimentos necessários ter em consideração numa
escavação arqueológica: a remoção cuidada dos sedimentos, a definição dos
vestígios, o seu registo, a embalagem, organização e inventariação, para que
depois se possa proceder ao estudo de toda a informação recolhida.
Organizada pela Câmara Municipal de Loulé sob a direcção técnica e científica da assertiva arqueóloga Alexandra Pires com a colaboração da Susana Martins.