Algumas das actividades realizadas no 2º
Festival de Caminhadas do Algarve onde o Projecto Estela participou activamente,
foram duas das caminhadas temáticas, a primeira em colaboração com a Liga para a Protecção da
Natureza (LPN) e a outra a visita
dedicada à “escrita do Sudoeste”.
A visita da LPN que contou
com uma grande reportagem fotográfica, realizou-se no percurso de Corte d’Ouro.
Os cerca de 10km foram precorridos por 14 pessoas, tendo havido uma especial
atenção para o património natural existente nos verdejantes e floridos campos
dos montes e vales da serra, ao património humano em conversas com quem vinha
da faina e para o património cultural.
Neste último, visitaram-se a fonte do Pé Corço, a
alminha, a Azenha do Pizão, os palheiros tradicionais da aldeia e a Anta do
Beringel. Este monumento megalítico encontra-se num pequeno esporão e terá sido saqueada. Pelas suas características é
interpretada por alguns arqueólogos como sendo um possível tholos, onde ainda se vêm os esteios que delimitam a câmara e o
corredor orientado a Este. Aqui,
segundo informação oral, foram encontradas placas de xisto decoradas e cerâmicas.
Tal como no
ano anterior, no último dia do Festival, foi realizada a caminhada dedicada
à “escrita do Sudoeste”. Nesta, cerca de 20 pessoas de todas as ideias percorreram
os pouco mais de 7km, ao longo da ribeira do Vascanito, para visitar três dos
sítios arqueológicos conhecidos na região relacionados com a escrita do
Sudoeste: Corte Pinheiro, Várzea dos Mendes e Vale dos Vermelhos.
Assim, a necrópole de
Corte Pinheiro foi onde se identificou a última estela com escrita do Sudoeste
do concelho de Loulé. Esta encontrava-se entre a linha de água e a área do que
se julga ser a necrópole, pois aí se encontra uma grande concentração de
pedras, de xisto e quartzos, espalhadas em mais de 300m2.
Já o sítio da Várzea
do Mendes, num meandro da ribeira, revela uma ocupação romana, uma medieval/
moderna possivelmente habitacional e uma outra zona onde foi recolhida uma
estela com escrita do Sudoeste e alguns materiais da Idade do Ferro podendo estes
vestígios também estarem associados a uma necrópole.
Por fim, a necrópole
do Monte ou Vale dos Vermelhos que se encontra na extremidade da várzea do Vale
dos Vermelhos sobre a Ribeira do Vascanito, é percetível pela grande dispersão
de pedras e por alguns eixos ortogonais que definem sepulturas quadrangulares.
A beleza daquele vale
é ainda hoje uma imagem sempre reconfortante de se ver, para cedo regressar.
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