quarta-feira, 6 de abril de 2011
Participação no Encontro sobre a Idade do Ferro no Sul de Portugal
Já aqui anteriormente noticiámos a participação do Projecto ESTELA no Encontro sobre a Idade do Ferro no Sul de Portugal, dedicado ao tema “Em torno da escrita do Sudoeste” que se realizou no dia 26 de Março na Associação dos Arqueólogos Portugueses (AAP), no Museu Arqueológico do Carmo (Lisboa).
Resultou o mesmo, no nosso entender, num sucesso. Uma oportunidade que permitiu não apenas ouvir numa sala lotada um conjunto de apresentações em torno das questões linguísticas e arqueológicas, como também a oportunidade de debater alguns dos principais aspectos desta temática e de se expor as várias interpretações levantadas.
À Secção de História da Associação, aos nossos colegas comunicantes e aos muitos que aí se deslocaram fica o nosso agradecimento.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Encontros sobre a Idade do Ferro no Sul de Portugal: em torno da escrita do Sudoeste
Dentro do ciclo de conferências da Secção de História da Associação dos Arqueólogos Portugueses, no Museu Arqueológico do Carmo (Lisboa), terá lugar no dia 26 de Março a partir das 15h, o que se espera ser o primeiro dos Encontros sobre a Idade do Ferro no Sul de Portugal, dedicado ao tema “Em torno da escrita do Sudoeste” onde o Projecto ESTELA participa conforme programa:
- 15h00m - "A escrita do Sudoeste Peninsular. Fundamentos para a sua compreensão" - Mário Varela Gomes
- 15h30m - "Escrita do sudoeste: origem e problemas de decifração" - Miguel Valério
- 16h00m - "Contributos do Projecto ESTELA para a investigação da escrita do Sudoeste" - Amílcar Guerra, Samuel Melro e Pedro Barros
- 16h30m - " 'Ferro de Ourique': necrópoles na paisagem ou paisagem de necrópoles?" - Jorge Vilhena
- 17h00m - "Necrópole do Pardieiro: resultados da escavação de 2008-2009" - Virgílio Hipólito Correia e Jorge Vilhena
- 17h30m - Debate e conclusões
terça-feira, 15 de março de 2011
Conferência no Museo Arqueológico Provincial de Badajoz
Já aqui anteriormente noticiámos a participação do Projecto ESTELA dentro do ciclo de conferências do primeiro semestre de 2011 do Museo Arqueológico Provincial de Badajoz que teve lugar no dia 5 de Março pelas 11h30m locais, com a apresentação da conferência: “A escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro no Sul de Portugal”.
Resumo:
O Museu da Escrita do Sudoeste de Almodôvar (MESA) criado em 2007 em torno de um dos maiores ícones da Idade do Ferro do Sul de Portugal (Baixo Alentejo/Algarve) – as estelas com escrita do Sudoeste – reflecte a preocupação em valorizar este património arqueológico.
O espaço geográfico do fenómeno da Escrita do Sudoeste, que se estende entre a Extremadura (Espanha) e o Algarve (Portugal), conta com uma maior concentração, entre um agrupamento no barrocal algarvio, e um interior alentejano no Alto Mira e Alto Sado, observando-se ainda nas serras de Mú e Caldeirão, um importante conjunto localizado na transição do Alentejo e do Algarve, cuja centralidade na dispersão das estelas epigrafadas não será displicente.
A discussão dos modelos explicativos da chamada I Idade do Ferro é objecto de debate, onde o problema da cronologia é perspectivado a dois níveis num evidente desequilíbrio: a componente epigráfica e linguística e a componente arqueológica. Uma vez constatado o reiterado cariz de reutilizações tardias das estelas, isto é da sua relação secundária com as necrópoles, verifica-se um desencontro temporal entre a cultura material conhecida no registo arqueológico, essencialmente a partir do século VI a.C., e algumas propostas que sugerem uma datação mais recuada atribuída à escrita do Sudoeste.
Esta manifestação epigráfica, conhecida como “escrita tartéssica”, corresponde a realidade material cujos vestígios se dispersam pelo Sudoeste Peninsular, razão pela qual me parece adequada designá-la também como “escrita do Sudoeste”. Os documentos até ao momento identificados, que rondam aproximadamente uma centena, representam a mais antiga escrita local documentada na Península Ibérica. A cronologia do fenómeno e em especial a das suas manifestações mais precoces é bastante discutida, situando-se, de qualquer modo, no âmbito da chamada I Idade do Ferro.
Reconhece-se no sistema de signos então criado uma dependência directa do alfabeto fenício (com eventuais contributos de outra origem, segundo algumas propostas), o qual servir de base a um semi-silabário hispânico. Embora se conheça um elenco dos seus caracteres, em número de 27, através de um documento proveniente da localidade alentejana de Espanca (Castro Verde), a contabilidade do conjunto de signos é superior, o que amplia as incertezas originárias a respeito do valor fonético de todos os grafemas. Esta dificuldade parece acentuar-se com alguns novos achados em que ocorrem novas formas de alguns signos. Sem resolver esta questão, o projecto ESTELA procurará contribuir para uma análise do sistema e das suas variantes.
A natureza fragmentária de muitos dos monumentos epigráficos, o facto de os textos serem bastante breves (o mais extenso ultrapassa em pouco os 80 caracteres) e a inexistência de textos bilingues são algumas das razões pelas quais continua a considerar-se enigmático o significado destes textos. Assinala-se, todavia, a recente proposta da sua vinculação a uma língua céltica, proposta que contraria a sua tradicional interpretação como uma língua não-indoeuropeia desta região meridional.
A necessidade de pôr à disposição de todos informação sobre esta temática e a sua expressão, resultou no projecto ESTELA – Sistematização da Informação das Estelas com Escrita do Sudoeste. Através da caracterização dos contextos arqueológicos (apoiada em reconhecimentos no terreno, no estudo de colecções e na documentação de museus) pretende-se contribuir para a revisão dos conhecimentos sobre uma sociedade que produziu esses monumentos, tentando compreender as directas relações entre espaço habitacional, o mundo funerário e as inscrições e fornecer mais dados para a explicação desta cultura. Não se pretende deslindar o que nos querem transmitir, mas sim tentar compreender quem nos quer transmitir.
O projecto procura ainda conjugar a salvaguarda, a valorização, a educação e a fruição das paisagens culturais. A sistematização da informação arqueológica irá permitir a sua dinamização e gestão sustentada, o planeamento das actividades museológicas e o desenvolvimento de parcerias, mas sobretudo transpor um Museu para o Território como reflexo e reconhecimento deste elemento de originalidade, factor de diferenciação e afirmação da identidade, memória histórica da primeira região com escrita no contexto peninsular.
Gostaríamos de agradecer o convite e a amabilidade com que fomos recebidos pelo Director do Museu: Manuel de Alvarado.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Artigo na revista Al-'ulyã
No próximo número da Revista do Arquivo Histórico Municipal de Loulé - Al-'ulyã, em colaboração com o Museu Municipal de Arqueologia de Loulé, o Projecto ESTELA apresenta um artigo:
As Estelas com escrita do Sudoeste do concelho de Loulé
(Pedro Barros, Samuel Melro e Susana Estrela)
Resumo:
O Projecto ESTELA tem como objectivo sistematizar a informação e caracterizar os contextos arqueológicos sobre a sociedade que produziu esses monumentos, tentando contribuir para a compreensão das relações entre espaço habitacional, o mundo funerário e as inscrições.
Na revisão da contextualização histórica das estelas com escrita do Sudoeste a importância da região algarvia neste fenómeno surge a vários níveis. Por ter sido precisamente um dos primeiros locais, no actual território português, onde estes monumentos foram identificados em associação a contextos arqueológicos conhecidos, em particular, as Serras de Mú e do Caldeirão, na fronteira diluída entre o Algarve e o Baixo Alentejo. Para a centralidade deste importante conjunto, na dispersão das estelas epigrafadas no sul de Portugal, nomeadamente junto dos actuais limites dos concelhos de Loulé e Almodôvar, não lhe será displicente uma associação a importantes cursos de água, pontos-chave para a compreensão deste território com escrita. No presente artigo é feita a sistematização de todas as estelas do actual concelho de Loulé, propondo a distribuição das mesmas em dois grandes conjuntos: o do Ameixial e o de Benafim/ Salir. Entre outras menções a estelas hoje desaparecidas, é ainda esclarecida o local de proveniência da estela referenciada como Tavilhão I (Almodôvar), como equivalente à estela recolhida no Monte da Portela (Loulé)
Bibliografia:
BEIRÃO, C. de M. (1986) – Une civilization protohistorique du Sud du Portugal (1er Age du Fer), Paris, De Boccard.
UNTERMANN, J. (1997) – Monumenta Linguarum Hispanicarum. Die tartessischen, keltiberischen und lusitanischen Inschriften,.Wiesbaden, 4, Dr. Ludwig Reichert Verlag.
VASCONCELLOS, J. L. de (1934) – Inscrição ibérica do Algarve. Revista de Arqueologia, II: 43-44.
(Pedro Barros, Samuel Melro e Susana Estrela)
Resumo:
O Projecto ESTELA tem como objectivo sistematizar a informação e caracterizar os contextos arqueológicos sobre a sociedade que produziu esses monumentos, tentando contribuir para a compreensão das relações entre espaço habitacional, o mundo funerário e as inscrições.
Na revisão da contextualização histórica das estelas com escrita do Sudoeste a importância da região algarvia neste fenómeno surge a vários níveis. Por ter sido precisamente um dos primeiros locais, no actual território português, onde estes monumentos foram identificados em associação a contextos arqueológicos conhecidos, em particular, as Serras de Mú e do Caldeirão, na fronteira diluída entre o Algarve e o Baixo Alentejo. Para a centralidade deste importante conjunto, na dispersão das estelas epigrafadas no sul de Portugal, nomeadamente junto dos actuais limites dos concelhos de Loulé e Almodôvar, não lhe será displicente uma associação a importantes cursos de água, pontos-chave para a compreensão deste território com escrita. No presente artigo é feita a sistematização de todas as estelas do actual concelho de Loulé, propondo a distribuição das mesmas em dois grandes conjuntos: o do Ameixial e o de Benafim/ Salir. Entre outras menções a estelas hoje desaparecidas, é ainda esclarecida o local de proveniência da estela referenciada como Tavilhão I (Almodôvar), como equivalente à estela recolhida no Monte da Portela (Loulé)
Estela do Monte da Portela
(a partir de Vasconcellos, 1934; Beirão, 1986; Untermann, 1997; fotografia de Hélio Ramos)
Bibliografia:
BEIRÃO, C. de M. (1986) – Une civilization protohistorique du Sud du Portugal (1er Age du Fer), Paris, De Boccard.
UNTERMANN, J. (1997) – Monumenta Linguarum Hispanicarum. Die tartessischen, keltiberischen und lusitanischen Inschriften,.Wiesbaden, 4, Dr. Ludwig Reichert Verlag.
VASCONCELLOS, J. L. de (1934) – Inscrição ibérica do Algarve. Revista de Arqueologia, II: 43-44.
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Mesas do Castelinho
O ênfase dado ao sítio em teses de Mestrado que recentemente anunciámos, tornam a ocasião propícia a recordar a descoberta da estela das Mesas do Castelinho em 2008, na 20ª campanha de escavações.
A designação do sítio decorre da sua localização sobre duas plataformas amesetadas sobranceiras à Ribeira de Mora e pese uma primeira notícia (Vasconcellos, 1931-1933: 243), vem a ganhar destaque na comunidade científica, após uma incursão de Abel Viana, Octávio da Veiga Ferreira e do Padre António Serralheiro, em meados dos anos 50 do século XX (Viana et alii, 1956, p. 461-470), sendo alvo de breves menções sobre cerâmicas “estampilhada” (Arnaud e Gamito, 1974-1977, p. 195) ou a suposta presença de cerâmica do Bronze do Sudoeste (Schubart, 1975, p. 287).Uma busca desenfreada a um tesouro em 1986, promoveu a reviravolta nesta história, após a descoberta do tesouro ganhar contornos de pesadelo, com uma máquina retroescavadora a destruir uma considerável parte do povoado, levando à tomada de medidas preventivas por Carlos Jorge Ferreira (IPPC) (Ferreira, 1992; 1994). Após o seu malogrado falecimento, a tutela solicita a Amílcar Guerra e Carlos Fabião um projecto de investigação e salvaguarda do sítio, o qual desde 1988 congrega a investigação científica, a formação técnica de estudantes de Arqueologia e a criação de pólos de desenvolvimento local (Fabião e Guerra, 2008: 94). Em 1990 o sítio é classificado e aguarda ainda hoje a devida e merecida valorização.
Na plataforma A (ou superior) são visíveis os vestígios associados à fortificação omíada e um complexo de construções de época romana republicana, do séc. I a.C., sobreposto a níveis da Idade do Ferro, datados de entre os finais do séc. V e o séc. II a.C., como parte da muralha sidérica que define o povoado, à qual se apoiam compartimentos de cariz habitacional e oficinal. Na plataforma B (ou inferior) observava-se no inicio uma sequência desde a Idade do Ferro, com a identificação de um troço da fortificação, até a fase romana republicana e alguns vestígios romanos imperiais. As primeiras escavações deram conta dos vestígios medievais – islâmicos (em silos/fossas), romanos imperiais (mas mais uma vez, sem relação a momentos de ocupação conservados) e compartimentos romanos republicanos em bom estado de conservação, construídos por cima da fortificação sidérica e dos espaços que, pelo interior, se conjugavam com aquela linha de muralha. Com o alargamento dos trabalhos para o seu limite oriental, é posto a descoberto um complexo arquitectónico de fase romana imperial que prolongava até o séc. II d.C. a ocupação do espaço interior da plataforma B, iniciada na fase romana republicana, duzentos anos antes, com um urbanismo ímpar. Esta fase mostrava-se nas três ruas identificadas associadas a três quarteirões com blocos construtivos de tipologia e funcionalidades distintas.
Ao mesmo tempo, confirmava-se a ausência de construções da fase da Idade do Ferro, apesar da significativa quantidade de materiais arqueológicos desta cronologia identificados não só nas Ruas 1 e 3 mas também no designado 2º Quarteirão. É deste extenso espólio que faz parte a estela descoberta em 2008. O extraordinário achado fez-se, no entanto, fora do seu contexto original de utilização, num aterro de época romana-republicana.
No final da 19ª campanha, em 2007, tinha ficado preparada a escavação de um depósito de aterro na Rua 1, no qual, no seu topo, era possível observar um bloco achatado de xisto. No ano seguinte, a escavação deste aterro, datado da fase romana republicana mais antiga (séc. I a.C.) revelava que o dito bloco era, afinal, uma estela epigrafada.
Apesar de descontextualizada, apresentava, depois da sua limpeza, o mais extenso campo epigrafado com a “escrita do Sudoeste”, com 82 signos (Guerra, 2009: 325) e que se encontra exposta no MESA na exposição Vida e Morte na Idade do Ferro.
Sobre a data da criação deste monumento epigráfico, mantêm-se as incertezas. O contexto da sua reutilização tardia não autoriza uma cronologia precisa para a sua realização. A confirmar-se a datação genérica mais recuada destes monumentos epigráficos, causa alguma estranheza a sua reutilização, independentemente da cronologia (neste caso, romana republicana), num povoado que evidenciou cronologias a partir da segunda metade do I milénio a.C.. Certamente que o seu local original de deposição não deveria ser muito longínquo do seu local de identificação.
Certa, porém, é a convicção de que o subsolo deste povoado guarda ainda muita informação por descobrir e interpretar, o que, quem sabe, poderá ajudar a deslindar este verdadeiro enigma arqueológico.
Bibliografia:
ARNAUD, J. M; GAMITO, T. J. (1974-1977) – Cerâmicas estampilhadas da Idade do Ferro do Sul de Portugal. I – Cabeça de Vaiamonte – Monforte. O Arqueólogo Português. Série III. 7-9, p. 165-202.
FERREIRA, C. J. A. (1992) – Escavações no povoado fortificado das Mesas do Castelinho (Almodôvar). Relatório preliminar. Vipasca. Arqueologia e História. Aljustrel: Unidade Arqueológica de Aljustrel/ Câmara Municipal de Aljustrel. 1, p. 19-37.
FERREIRA, C. J. A. (1994) – Mesas do Castelinho. Informação Arqueológica. Lisboa: IPPAR. P. 99-101.
GUERRA, A. (2009) – Novidades no âmbito da epigrafia pré-romana do Sudoeste hispânico. Acta Paleohispánica X. Paleohispanica 9, p. 323-338.
FABIÃO, C. e GUERRA, A. (2008) – Mesas do Castelinho (Almodôvar). Um projecto com vinte anos. Al-madan. Revista de Almada: Centro de Arqueologia de Almada. II Série, nº 16, p. 92- 105.
SCHUBART, H. (1975) – Die Kultur der Bronzezeit im Sudwesten der Iberischen Halbinsel. Text. Madrider Forschungen 9. Vol 1. Berlin: Walter de Gruyter & Co. / Deutsches Archaologisches Institut. Abteilung Madrid.
VASCONCELLOS, J. L. (1933) - Excursão pelo Baixo Alentejo. O Archeólogo Português. Iª série. Nº 29 (1930-1931), p. 230-246.
VIANA, A; FERREIRA, O. V; SERRALHEIRO, P. e A. (1956) – Apontamentos arqueológicos dos concelhos de Aljustrel e Almodôvar. Actas do XXIII Congresso Luso-Espanhol da Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências. Coimbra, 1956, 7ª Secção Ciências Históricas e Filológicas. Coimbra. VIII, p. 461-470.
A designação do sítio decorre da sua localização sobre duas plataformas amesetadas sobranceiras à Ribeira de Mora e pese uma primeira notícia (Vasconcellos, 1931-1933: 243), vem a ganhar destaque na comunidade científica, após uma incursão de Abel Viana, Octávio da Veiga Ferreira e do Padre António Serralheiro, em meados dos anos 50 do século XX (Viana et alii, 1956, p. 461-470), sendo alvo de breves menções sobre cerâmicas “estampilhada” (Arnaud e Gamito, 1974-1977, p. 195) ou a suposta presença de cerâmica do Bronze do Sudoeste (Schubart, 1975, p. 287).Uma busca desenfreada a um tesouro em 1986, promoveu a reviravolta nesta história, após a descoberta do tesouro ganhar contornos de pesadelo, com uma máquina retroescavadora a destruir uma considerável parte do povoado, levando à tomada de medidas preventivas por Carlos Jorge Ferreira (IPPC) (Ferreira, 1992; 1994). Após o seu malogrado falecimento, a tutela solicita a Amílcar Guerra e Carlos Fabião um projecto de investigação e salvaguarda do sítio, o qual desde 1988 congrega a investigação científica, a formação técnica de estudantes de Arqueologia e a criação de pólos de desenvolvimento local (Fabião e Guerra, 2008: 94). Em 1990 o sítio é classificado e aguarda ainda hoje a devida e merecida valorização.
Na plataforma A (ou superior) são visíveis os vestígios associados à fortificação omíada e um complexo de construções de época romana republicana, do séc. I a.C., sobreposto a níveis da Idade do Ferro, datados de entre os finais do séc. V e o séc. II a.C., como parte da muralha sidérica que define o povoado, à qual se apoiam compartimentos de cariz habitacional e oficinal. Na plataforma B (ou inferior) observava-se no inicio uma sequência desde a Idade do Ferro, com a identificação de um troço da fortificação, até a fase romana republicana e alguns vestígios romanos imperiais. As primeiras escavações deram conta dos vestígios medievais – islâmicos (em silos/fossas), romanos imperiais (mas mais uma vez, sem relação a momentos de ocupação conservados) e compartimentos romanos republicanos em bom estado de conservação, construídos por cima da fortificação sidérica e dos espaços que, pelo interior, se conjugavam com aquela linha de muralha. Com o alargamento dos trabalhos para o seu limite oriental, é posto a descoberto um complexo arquitectónico de fase romana imperial que prolongava até o séc. II d.C. a ocupação do espaço interior da plataforma B, iniciada na fase romana republicana, duzentos anos antes, com um urbanismo ímpar. Esta fase mostrava-se nas três ruas identificadas associadas a três quarteirões com blocos construtivos de tipologia e funcionalidades distintas.
Ao mesmo tempo, confirmava-se a ausência de construções da fase da Idade do Ferro, apesar da significativa quantidade de materiais arqueológicos desta cronologia identificados não só nas Ruas 1 e 3 mas também no designado 2º Quarteirão. É deste extenso espólio que faz parte a estela descoberta em 2008. O extraordinário achado fez-se, no entanto, fora do seu contexto original de utilização, num aterro de época romana-republicana.
No final da 19ª campanha, em 2007, tinha ficado preparada a escavação de um depósito de aterro na Rua 1, no qual, no seu topo, era possível observar um bloco achatado de xisto. No ano seguinte, a escavação deste aterro, datado da fase romana republicana mais antiga (séc. I a.C.) revelava que o dito bloco era, afinal, uma estela epigrafada.
Apesar de descontextualizada, apresentava, depois da sua limpeza, o mais extenso campo epigrafado com a “escrita do Sudoeste”, com 82 signos (Guerra, 2009: 325) e que se encontra exposta no MESA na exposição Vida e Morte na Idade do Ferro.
Sobre a data da criação deste monumento epigráfico, mantêm-se as incertezas. O contexto da sua reutilização tardia não autoriza uma cronologia precisa para a sua realização. A confirmar-se a datação genérica mais recuada destes monumentos epigráficos, causa alguma estranheza a sua reutilização, independentemente da cronologia (neste caso, romana republicana), num povoado que evidenciou cronologias a partir da segunda metade do I milénio a.C.. Certamente que o seu local original de deposição não deveria ser muito longínquo do seu local de identificação.
Certa, porém, é a convicção de que o subsolo deste povoado guarda ainda muita informação por descobrir e interpretar, o que, quem sabe, poderá ajudar a deslindar este verdadeiro enigma arqueológico.
Bibliografia:
ARNAUD, J. M; GAMITO, T. J. (1974-1977) – Cerâmicas estampilhadas da Idade do Ferro do Sul de Portugal. I – Cabeça de Vaiamonte – Monforte. O Arqueólogo Português. Série III. 7-9, p. 165-202.
FERREIRA, C. J. A. (1992) – Escavações no povoado fortificado das Mesas do Castelinho (Almodôvar). Relatório preliminar. Vipasca. Arqueologia e História. Aljustrel: Unidade Arqueológica de Aljustrel/ Câmara Municipal de Aljustrel. 1, p. 19-37.
FERREIRA, C. J. A. (1994) – Mesas do Castelinho. Informação Arqueológica. Lisboa: IPPAR. P. 99-101.
GUERRA, A. (2009) – Novidades no âmbito da epigrafia pré-romana do Sudoeste hispânico. Acta Paleohispánica X. Paleohispanica 9, p. 323-338.
FABIÃO, C. e GUERRA, A. (2008) – Mesas do Castelinho (Almodôvar). Um projecto com vinte anos. Al-madan. Revista de Almada: Centro de Arqueologia de Almada. II Série, nº 16, p. 92- 105.
SCHUBART, H. (1975) – Die Kultur der Bronzezeit im Sudwesten der Iberischen Halbinsel. Text. Madrider Forschungen 9. Vol 1. Berlin: Walter de Gruyter & Co. / Deutsches Archaologisches Institut. Abteilung Madrid.
VASCONCELLOS, J. L. (1933) - Excursão pelo Baixo Alentejo. O Archeólogo Português. Iª série. Nº 29 (1930-1931), p. 230-246.
VIANA, A; FERREIRA, O. V; SERRALHEIRO, P. e A. (1956) – Apontamentos arqueológicos dos concelhos de Aljustrel e Almodôvar. Actas do XXIII Congresso Luso-Espanhol da Associação Portuguesa para o Progresso das Ciências. Coimbra, 1956, 7ª Secção Ciências Históricas e Filológicas. Coimbra. VIII, p. 461-470.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Artigos e monografias em torno da escrita do Sudoeste
Durante os últimos 2 anos saíram em torno da escrita do Sudoeste um conjunto de artigos e monografias.
Aqui fica uma relação dos mesmos, esperando que nenhum tenha ficado de fora:
ANTUNES, A. S. (2010): "Testemunhos de literacia na margem esquerda do Baixo Guadiana: os grafitos", in Um conjunto cerâmico da Azougada. Em torno da Idade do Ferro Pós-Orientalizante da margem esquerda do Baixo Guadiana, MNA, Lisboa, p. 429-436.
BARROS, P., MELRO, S. e SANTOS, P. J. (2010): "Projecto ESTELA: primeiros resultados dos trabalhos nas serras de Mú e Caldeirão", Xelb, 10, Silves, p. 115-128.
CORREA, J. A. R. (2009): Reflexiones sobre la lengua de las inscripciones en escritura del sudoeste o tartesia”, Palaeohispanica, 9, Institución "Fernando el Católico" e CEACP, p. 295-307.
CORREIA, V. H. (2009): “A escrita do sudoeste: uma visão retrospectiva e prospectiva”, Palaeohispanica, 9, Institución "Fernando el Católico" e CEACP, p. 309-321.
GOMES, M. V. (2010): “Estela epigrafada, da I Idade do Ferro, da Cerca do Curralão (Almodôvar, Beja), Musa, 3, MAEDS; p. 137-148.
GUERRA, A. (2010): “Ancillary Study: New Discovered Inscriptions from the South-west of the Iberian Peninsula”, in Cunliffe, B. / J. T. Koch, eds.: Celtic from the West. Alternative Perspectives from Archaeology, Genetics, Language and Literature, Oxbow Books and Celtic Studies Publications.
GUERRA, A. (2010): “Algumas observações sobre a escrita do Sudoeste”, Xelb, 10, Silves, p.103-113.
GUERRA, A. (2009): “Novidades no âmbito da epigrafia pré-romana do sudoeste hispânico”, Palaeohispanica, 9, Institución "Fernando el Católico" e CEACP, p. 323-338.
KOCH, J.T (2009): Tartessian: Celtic in the South-west at the Dawn of History, Aberystwyth 2009.
KOCH, J.T. (2009): “A case for Tartessian as Celtic Language”, Palaeohispanica, 9, Institución "Fernando el Católico" e CEACP, p. 339-351.
MELRO, S. e BARROS, P. (2010): Vida e Morte na Idade do Ferro - Catálogo de exposição. Museu da escrita do Sudoeste de Almodôvar.
MELRO, S. e BARROS, P. (2010): “Projecto Estela: um projecto científico de um museu para o território”, Actas do IV Encuentro de Arqueología del Suroeste Peninsular, Huelva (2009), p. 450-453.
MELRO, S., BARROS, P., GUERRA, A. e FABIÃO, C. (2009): "O projecto ESTELA: primeiros resultados e perspectivas", Palaeohispanica, 9, Institución "Fernando el Católico" e CEACP, p. 353-359.
MELRO, S., BARROS, P., GUERRA, A. (2009): “Projecto Estela: do museu para o território”, Almadan on-line, 16, p. 10-11.
SANTOS, P. J., MELRO, S. e BARROS, P. (2010): "Projecto ESTELA: o arranque do S.I.SO.", Xelb, 10, Silves, p. 887-897.
VALÉRIO, M. (2008): Origin and development of the Paleohispanic scripts: the orthography and phonology of the Southwestern alphabet, Revista Portuguesa de Arqueologia, 11-2, Lisboa p. 107-138.
Aqui fica uma relação dos mesmos, esperando que nenhum tenha ficado de fora:
ANTUNES, A. S. (2010): "Testemunhos de literacia na margem esquerda do Baixo Guadiana: os grafitos", in Um conjunto cerâmico da Azougada. Em torno da Idade do Ferro Pós-Orientalizante da margem esquerda do Baixo Guadiana, MNA, Lisboa, p. 429-436.
BARROS, P., MELRO, S. e SANTOS, P. J. (2010): "Projecto ESTELA: primeiros resultados dos trabalhos nas serras de Mú e Caldeirão", Xelb, 10, Silves, p. 115-128.
CORREA, J. A. R. (2009): Reflexiones sobre la lengua de las inscripciones en escritura del sudoeste o tartesia”, Palaeohispanica, 9, Institución "Fernando el Católico" e CEACP, p. 295-307.
CORREIA, V. H. (2009): “A escrita do sudoeste: uma visão retrospectiva e prospectiva”, Palaeohispanica, 9, Institución "Fernando el Católico" e CEACP, p. 309-321.
GOMES, M. V. (2010): “Estela epigrafada, da I Idade do Ferro, da Cerca do Curralão (Almodôvar, Beja), Musa, 3, MAEDS; p. 137-148.
GUERRA, A. (2010): “Ancillary Study: New Discovered Inscriptions from the South-west of the Iberian Peninsula”, in Cunliffe, B. / J. T. Koch, eds.: Celtic from the West. Alternative Perspectives from Archaeology, Genetics, Language and Literature, Oxbow Books and Celtic Studies Publications.
GUERRA, A. (2010): “Algumas observações sobre a escrita do Sudoeste”, Xelb, 10, Silves, p.103-113.
GUERRA, A. (2009): “Novidades no âmbito da epigrafia pré-romana do sudoeste hispânico”, Palaeohispanica, 9, Institución "Fernando el Católico" e CEACP, p. 323-338.
KOCH, J.T (2009): Tartessian: Celtic in the South-west at the Dawn of History, Aberystwyth 2009.
KOCH, J.T. (2009): “A case for Tartessian as Celtic Language”, Palaeohispanica, 9, Institución "Fernando el Católico" e CEACP, p. 339-351.
MELRO, S. e BARROS, P. (2010): Vida e Morte na Idade do Ferro - Catálogo de exposição. Museu da escrita do Sudoeste de Almodôvar.
MELRO, S. e BARROS, P. (2010): “Projecto Estela: um projecto científico de um museu para o território”, Actas do IV Encuentro de Arqueología del Suroeste Peninsular, Huelva (2009), p. 450-453.
MELRO, S., BARROS, P., GUERRA, A. e FABIÃO, C. (2009): "O projecto ESTELA: primeiros resultados e perspectivas", Palaeohispanica, 9, Institución "Fernando el Católico" e CEACP, p. 353-359.
MELRO, S., BARROS, P., GUERRA, A. (2009): “Projecto Estela: do museu para o território”, Almadan on-line, 16, p. 10-11.
SANTOS, P. J., MELRO, S. e BARROS, P. (2010): "Projecto ESTELA: o arranque do S.I.SO.", Xelb, 10, Silves, p. 887-897.
VALÉRIO, M. (2008): Origin and development of the Paleohispanic scripts: the orthography and phonology of the Southwestern alphabet, Revista Portuguesa de Arqueologia, 11-2, Lisboa p. 107-138.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Mesas do Castelinho em teses de Mestrado
Foi o projecto de investigação e valorização das Mesas do Castelinho, à frente do qual estão Carlos Fabião e Amílcar Guerra (2008), que proporcionou em boa medida a existência do Projecto ESTELA. Dificilmente um e outro podem ser separados, cruzados que estão nas pessoas e nos esforços de investigação levados a cabo ao longo dos mais de 20 anos de aprendizagem e partilhas que tem lugar no concelho de Almodôvar e em particular junto das gentes de Santa Clara-a-Nova.
Por este motivo, fazemos eco de vários trabalhos de investigação científica realizados no âmbito de Mestrado, que serão apresentados em breve na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.
João Nuno Marques dos Santos Miguez - As Fíbulas do Sudoeste da Península Ibérica enquanto marcadores étnicos: o caso de Mesas do Castelinho (26/01 – 10h, Sala 8.1)
Catarina Susana Antunes Alves - A cerâmica campaniense de Mesas do Castelinho (26/01 – 15h, Sala 8.1)
Susana Maria Gonçalves Estrela - Os níveis fundacionais da Idade do Ferro de Mesas do Castelinho (Almodôvar): os contextos arqueológicos na (re)construção do povoado (28/01 – 10h, Sala 5.2)
Bibliografia:
FABIÃO, C. e GUERRA, A. (2008) – Mesas do Castelinho (Almodôvar). Um projecto com vinte anos. Al-madan. Revista de Almada: Centro de Arqueologia de Almada. II Série, nº 16, p. 92- 105.
segunda-feira, 10 de janeiro de 2011
Conferência do Projecto ESTELA no Museo Arqueológico Provincial de Badajoz
Dentro do ciclo de conferências do primeiro semestre de 2011 do Museo Arqueológico Provincial de Badajoz terá lugar no dia 5 de Março, pelas 11h locais, uma conferência do Projecto ESTELA: “A escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro no Sul de Portugal”.
Estas conferências são de divulgação, para um público não especializado, sobre diferentes aspectos da história e arqueologia. O Museu tem na sua exposição permanente o maior conjunto de estelas com escrita do Sudoeste em Espanha.
Bibliografia:
AAVV (2005) - Catálogo de Estelas Decoradas del Museo Arqueológico Provincial de Badajoz, Consejería de Cultura, Junta de Extremadura
Estas conferências são de divulgação, para um público não especializado, sobre diferentes aspectos da história e arqueologia. O Museu tem na sua exposição permanente o maior conjunto de estelas com escrita do Sudoeste em Espanha.
Estela de Capote, Higuera la Real (Badajoz) – Fotografia Vicente Novillo (AAVV, 2005: 37)
Bibliografia:
AAVV (2005) - Catálogo de Estelas Decoradas del Museo Arqueológico Provincial de Badajoz, Consejería de Cultura, Junta de Extremadura
Exposição DA FORMA DA ESCRITA À ESCRITA DA FORMA no Museu Nacional de Arqueologia
No seguimento da divulgação que foi feita, não podemos deixar de nos congratular pela inauguração da Exposição dos trabalhos de alunos do Departamento de Cerâmica da Escola António Arroio, orientados pela professora Elsa Gonçalves: “Da forma da escrita à escrita da forma”. Conforme o blog do MNA, esta estará patente até dia 28 de Fevereiro de 2011.
sexta-feira, 31 de dezembro de 2010
Cerâmica de engobe vermelho com escrita do Sudoeste na National Geographic
Os votos de um Bom Ano Novo não podiam ser melhor acompanhados do que pela publicação no número de Janeiro da edição portuguesa da National Geographic, saída ontem para as bancas, de um fragmento de cerâmica de engobe vermelho com escrita do Sudoeste proveniente de Moura.
Trata-se de um fragmento recolhido num contexto de escavação arqueológica no castelo de Moura, no âmbito de trabalhos de arqueologia preventiva dirigidos pelo arqueólogo José Gonçalo Valente, e inserido num conjunto material e estratigráfico do século IV a.C..
Neste mesmo tipo de suporte em cerâmica, cronologias mais recuadas haviam sido indicadas por um fragmento proveniente do Castillo de Doña Blanca – séc. VIII/VII –, e indiciadas ainda pelos grafemas que encontramos nas peças de Medellín e no Castro da Azougada, com cornologias dos séc. VI e V a.C.. O agora novo fragmento de Moura, não é só extremamente importante pelo contexto arqueológico onde surge com uma cronologia segura que, como refere o professor Amílcar Guerra, prolonga o uso desta escrita, mas também pelo facto de não se tratar de um grafema isolado, ao qual poderíamos questionar tratar-se de literacia efectiva, mas de uma sequência de cinco signos. De acordo com a leitura de Amílcar Guerra, à parte conservada deve ler-se: *nabaor*, podendo provavelmente a primeira letra de que se conserva o pequeno sector ser um a, pelo que teríamos – com a peculiaridade de não haver redundância –: ]anabaor*[.
Trata-se de um fragmento recolhido num contexto de escavação arqueológica no castelo de Moura, no âmbito de trabalhos de arqueologia preventiva dirigidos pelo arqueólogo José Gonçalo Valente, e inserido num conjunto material e estratigráfico do século IV a.C..
Neste mesmo tipo de suporte em cerâmica, cronologias mais recuadas haviam sido indicadas por um fragmento proveniente do Castillo de Doña Blanca – séc. VIII/VII –, e indiciadas ainda pelos grafemas que encontramos nas peças de Medellín e no Castro da Azougada, com cornologias dos séc. VI e V a.C.. O agora novo fragmento de Moura, não é só extremamente importante pelo contexto arqueológico onde surge com uma cronologia segura que, como refere o professor Amílcar Guerra, prolonga o uso desta escrita, mas também pelo facto de não se tratar de um grafema isolado, ao qual poderíamos questionar tratar-se de literacia efectiva, mas de uma sequência de cinco signos. De acordo com a leitura de Amílcar Guerra, à parte conservada deve ler-se: *nabaor*, podendo provavelmente a primeira letra de que se conserva o pequeno sector ser um a, pelo que teríamos – com a peculiaridade de não haver redundância –: ]anabaor*[.
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
O Castro dos Ratinhos e as Cerâmicas da Azougada
Na próxima quarta-feira, dia 15 (pelas 18.30), tem lugar, na Câmara Municipal de Moura, o lançamento daquelas que podemos já referir como duas referências obrigatórias para a proto-história do Sudoeste Peninsular e dignamente editadas pelo Museu Nacional de Arqueologia como suplementos d’O Arqueólogo Português.
Desde logo "O Castro dos Ratinhos (Barragem do Alqueva, Moura). Escavações num povoado proto-histórico do Guadiana, 2004-2007", de Luis Berrocal-Rangel e António Carlos Silva, autores que têm dado importantes contributos à arqueologia peninsular, e em particular à Idade do Ferro.
E por fim, é lançado "Um conjunto cerâmico da Azougada. Em torno da Idade do Ferro Pós-Orientalizante da margem esquerda do Baixo Guadiana", de Ana Sofia Tamissa Antunes.
Não podemos deixar de destacar por um lado, nesta obra, o capítulo de Ana Sofia Antunes – "Testemunhos de literacia na margem esquerda do Baixo Guadiana: os grafitos" (p. 429-436) – abordando os grafitos associados à escrita do Sudoeste nas peças cerâmicas da Azougada. E por outro a colaboração dada ao Projecto ESTELA, nomeadamente com a cedência de conteúdos sobre algumas dessas peças que se encontram na recentemente inaugurada exposição Vida e Morte na Idade do Ferro do MESA em Almodôvar [exposição e inauguração e montagem].
A apresentação dos livros estará a cargo de Carlos Fabião, numa sessão que contará ainda com a presença de Luís Raposo. As publicações são editadas pelo Museu Nacional de Arqueologia e têm o apoio da Câmara Municipal de Moura, da Direcção Regional da Cultura do Alentejo e da EDIA, S.A..
Desde logo "O Castro dos Ratinhos (Barragem do Alqueva, Moura). Escavações num povoado proto-histórico do Guadiana, 2004-2007", de Luis Berrocal-Rangel e António Carlos Silva, autores que têm dado importantes contributos à arqueologia peninsular, e em particular à Idade do Ferro.
E por fim, é lançado "Um conjunto cerâmico da Azougada. Em torno da Idade do Ferro Pós-Orientalizante da margem esquerda do Baixo Guadiana", de Ana Sofia Tamissa Antunes.
Não podemos deixar de destacar por um lado, nesta obra, o capítulo de Ana Sofia Antunes – "Testemunhos de literacia na margem esquerda do Baixo Guadiana: os grafitos" (p. 429-436) – abordando os grafitos associados à escrita do Sudoeste nas peças cerâmicas da Azougada. E por outro a colaboração dada ao Projecto ESTELA, nomeadamente com a cedência de conteúdos sobre algumas dessas peças que se encontram na recentemente inaugurada exposição Vida e Morte na Idade do Ferro do MESA em Almodôvar [exposição e inauguração e montagem].
A apresentação dos livros estará a cargo de Carlos Fabião, numa sessão que contará ainda com a presença de Luís Raposo. As publicações são editadas pelo Museu Nacional de Arqueologia e têm o apoio da Câmara Municipal de Moura, da Direcção Regional da Cultura do Alentejo e da EDIA, S.A..
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