sábado, 25 de setembro de 2010

Spatial Analysis Applied to Archaeological Sites from Protohistory to the Roman Period



Decorrerá nos dias 2 e 3 de Dezembro na Universidade de Ghent (Bélgica) um encontro intitulado Spatial Analysis Applied to Archaeological Sites from Protohistory to the Roman Period – Workshop on Spatial Archaeology. O programa do encontro pode ser consultado aqui.

O Projecto ESTELA fará neste encontro a apresentação de resultados preliminares da análise espacial realizada sobre os sítios da Idade do Ferro na região onde se insere o projecto, conforme se constata pelo respectivo Resumo:


ESTELA Project: initial assessment to the landscape of the SW Script (Iron Age, South of Portugal).
(Pedro J. Santos, Pedro Barros e Samuel Melro)

The ESTELA Project aims the systematization of the archaeological data associated to the South-Western (or Tartessian) Script. This is considered by linguistic researchers to be the oldest (and still not deciphered) written form of the Iberian Peninsula (and one of the oldest of Europe), little being known about the society and culture behind it. Geographically set in an area in the South of Portugal, the main concentration of stelae seems to be located away from the Eastern Mediterranean cultural centres of the first millennium BC. The data collected over the last century related to this phenomenon is being now complemented by new findings emerging from field surveys. This paper will present an initial assessment aiming to reach better knowledge of the spatial relations between the three main axis of analysis: the world of the living (settlements); the "cities of the dead" (necropolises); and the SW Script evidences (stelae).

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Património: Um Mapa da História



No âmbito das Jornadas Europeias do Património 2010, intituladas Património: Um Mapa da História, coordenadas pelo IGESPAR, I.P., terão lugar na próxima sexta-feira, dia 24 de Setembro, visitas guiadas ao Museu da Escrita do Sudoeste em Almodôvar (MESA).

Chamamos a atenção que, conforme consta no programa das Jornadas, a participação nas visitas guiadas está condicionada por uma marcação prévia a qual poderá ser feita por telefone (286 665 357).

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

V Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular



Terá lugar em Almodôvar , entre os dias 18 e 20 de Novembro, o V Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular, numa organização conjunta da Câmara Municipal de Almodôvar, do IGESPAR I.P. e da Universidade de Huelva.

O Projecto Estela, em parceria com alguns dos seus colaboradores, propôs a apresentação das seguintes comunicações e poster:

Projecto Estela: O Território da Escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro na actual região de Almodôvar. (Samuel Melro e Pedro Barros) [comunicação]

Notícia preliminar de uma nova estela com escrita do Sudoeste, proveniente da Herdade do Monte Gordo (Almodôvar). (Rui Cortes, Amílcar Guerra, Pedro Barros, Samuel Melro) [comunicação]

Apontamentos da Pré-história no concelho de Almodôvar. (Artur Rocha, Samuel Melro, Pedro Barros, Rui Cortes) [poster]

Chamamos ainda a atenção para a Conferência de Abertura, a cargo de Amílcar Guerra e Carlos Fabião, sobre o povoado das Mesas do Castelinho (Almodôvar) ao qual deverá estar igualmente prevista uma visita no decorrer do Encontro.

Este Encontro constitui igualmente uma oportunidade de visita ao Museu da Escrita do Sudoeste de Almodôvar.

Mais informação sobre o V Encontro de Arqueologia do Sudoeste Peninsular disponível aqui.

domingo, 5 de setembro de 2010

Necrópole da Abóboda (Almodôvar)

Conforme previamente aqui anunciado, decorreu no passado mês de Julho o início da intervenção na necrópole da Abóbada, com o apoio logístico da Câmara Municipal de Almodôvar e com a colaboração de estudantes da Faculdade de letras de Lisboa – a par da sua participação na escavação do povoado das Mesas do Castelinho.



A necrópole da Abóbada (CNS 1019) encontrava-se assinalada unicamente pela presença de um amontoado de pedra, única indicação dos monumentos funerários postos a descoberto na decapagem superficial realizada nos inícios dos anos 70 motivada pela recolha da estela I da Abóbada (J.12.1). Aquela que é o símbolo do MESA obrigava só por si ao esclarecimento do seu local de proveniência.

Remonta a 1971 a notícia preliminar acerca da necrópole (Dias e Coelho, 1971) na qual se relata que com a decapagem da área resultou a identificação de dois túmulos.

A prestável visita e regresso ao local este ano de Manuela Alves Dias – no decurso dos trabalhos – reiterou a indicação da presença de contextos de enterramentos diferenciáveis das habituais estruturas tumulares da região, advindo então a leitura colocada à famosa estela I da Abóbada, encontrada sob uma "urna de incineração da II Idade do Ferro", de uma reutilização como tampa e “mero elemento construtivo de construção reaproveitado” ou numa associação em que foi como tampa “assim colocada intencionalmente com a face epigrafada, oculta, virada para o solo pelos construtores da tumulação” ou em alternativa tendo tombado “sobre a urna pouco tempo depois de ter sido implantada” (Dias e Coelho, 1971: 182).

Posteriores decapagens levadas a cabo pelo habitual colaborador de Caetano de Mello Beirão, Manuel Ricardo, residente na vizinha Aldeia de Palheiros, terão levado à descoberta do segundo fragmento epigrafado do local (J.12.2), sem qualquer outra indicação.



Os trabalhos agora levados a cabo, quase 40 anos depois, aferiram essas primeiras decapagens, mas infelizmente tornou-se evidente que a necrópole veio a ser fortemente destruída pela lavra mecânica e pelo “ensejo do tesouro” que terá ocorrido pouco tempo depois. Este facto compromete em boa parte o total esclarecimento do sítio.



Conclui-se preliminarmente a presença de estruturas tumulares muito afectadas, sendo sobretudo relevante a presença de covachos com cremações, também eles truncados pela destruição ocorrida.

Contrapondo ao escasso e praticamente ausente espólio recolhido da intervenção, outros níveis de informação parecem ser possíveis vir a obter com os dados bio-antropológicos que resultam desses contextos. Nesse sentido foram os trabalhos directamente assistidos no terreno pelo antropólogo David Gonçalves, cuja área de especialização resulta precisamente neste tipo de realidades.



Os trabalhos prosseguirão de forma mais espaçada ainda ao longo de 2010.