quarta-feira, 27 de maio de 2015

Exposição V: “Quem nos Escreve desde a Serra”, inaugura em Lisboa


A exposição de arqueologia de rua itinerante sobre as estelas com escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro, organizada pelo Museu Nacional de Arqueologia da Direcção Geral do Património Cultural, pela Câmara Municipal de Loulé, pelo Projecto ESTELA, com a colaboração do Projecto EUROVISION, será inaugurada no exterior junto à entrada do Museu Nacional de Arqueologia em Lisboa, às 21h00, no dia 30 de Maio de 2015, e estará patente ao público até ao dia 27 de Setembro.
 

A escrita do Sudoeste é a voz que nos aproxima dos pensamentos e modos de vida do passado, um dos mistérios e um dos maiores tesouros da arqueologia europeia, uma realidade arqueológica de cariz excecional, uma imagem de marca da serra que divide o Alentejo e o Algarve e um símbolo privilegiado da herança histórica da região. Ela é, afinal, a primeira manifestação, bem caracterizada, de escrita da Península Ibérica e uma das mais antigas da Europa e que está, ainda hoje, por decifrar.
 
 
No âmbito da inauguração desta exposição, no interior do Museu, também haverá uma evocação dos 35 anos da exposição "A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e cultura", então organizada por Caetano de Mello Beirão e Mário Varela Gomes, inaugurada em 1980 neste Museu. Exposição que, por um lado, reuniu o maior conjunto de estelas e as relacionava com os sítios arqueológicos, tendo servido de base a importantes estudos sobre os problemas e o sistema desta escrita. E por outro, apresentou alguns dos objectos mais emblemáticos ligados à investigação sobre a escrita do Sudoeste e à Idade do Ferro que hoje se encontram depositados no Museu Nacional de Arqueologia.

 

No relvado do Mosteiro dos Jerónimos ainda terá lugar uma abordagem contemporânea do tema pelos artistas plásticos El Menau e Ângela Menezes, através da apresentação de uma pintura mural sobre o tema e de uma instalação contemporânea.
 

Durante os meses de exibição da exposição haverá lugar a um extenso plano de actividades onde se incluem a apresentação da exposição no Programa “Encontros com o Património” da estação de rádio TSF, da apresentação de um documentário sobre a evolução que houve sobre esta temática, um concurso literário, um ciclo de debate cientifico sobre o tema, a apresentação de uma estela com escrita do Sudoeste, um workshop de conservação e restauro, visitas guiadas, regulares e diversificadas actividades infanto-juvenis, entre muitas outras. 
 

 

Depois de ter estado patente ao público em Salir, Penina (Benafim), Ameixial e Quarteira no concelho de Loulé, visita agora Lisboa.
 

 



quinta-feira, 21 de maio de 2015

A estela do Monte Novo do Visconde no MESA


 
Na próxima sexta-feira - dia 22 - a estela do Monte Novo do Visconde passa a integrar a exposição do Museu da escrita do sudoeste de Almodôvar (MESA). A última vez que esteve exposta fora em 1980 no Museu Nacional de Arqueologia na Exposição “A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e cultura” que fará em novembro de este ano 35 anos.
 
Trata-se de um achado isolado recolhido junto de Casével (Castro Verde) e depositada na Câmara Municipal de Ourique, de onde transitou nos últimos anos para o Centro de Arqueologia Caetano de Mello Beirão. De acordo com informações recentes recolhidas pelo Projecto ESTELA, a sua descoberta em finais dos anos 70 terá proveniência nas proximidades do Monte Novo do Visconde, junto ao Monte da Preguiça/Monte da Ribeira, hoje ruínas nas margens da Ribeira dos Aivados. A sua associação a uma necrópole (CNS 6996) decorreu após a realização de uma “limpeza” e de uma sondagem de que apenas temos conhecimento de alguns fragmentos cerâmicos de pastas enquadráveis na Idade do Ferro, mas onde também ocorrem materiais medievais.
 
O monumento epigráfico (Beirão, 1986 e Correia, 1997: estela nº 60; Untermann, 1997: J.23.1) corresponde a uma estela de grauvaque de cor cinzenta por 0,95x0,345x0,22m, e é junto com as estelas de Gavião (Aljustrel) e do Cerro dos Enforcados (Panoias), um dos exemplares mais a Norte do conjunto das estelas epigrafadas do Sudoeste.
 
A recentemente abandonada linha férrea de Funcheira (Garvão) a Beja, sobranceira ao local do achado da estela do Monte Novo do Visconde, assinala essa linha de comunicação natural entre o ondulado da região do Alto Sado e a planície mais interior. A primeira marcada que foi pelas estelas que Caetano de Mello Beirão recolheu na década de 70 na região, como sejam nos sítios hoje submersos pela Barragem do Monte da Rocha e a escassa distância de Casével, como Fonte Santa ou Chada; a segunda região em torno de Beja, destacada nos últimos anos por um assinalável mundo funerário sidérico onde acentuaríamos, ao invés, a ausência de epigrafia.
 
No dia 22 uma breve apresentação da estela será feita por Samuel Melro (Projecto ESTELA / DRCALEN) e Amílcar Guerra (Universidade de Lisboa) no MESA.
 
 
 

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Inauguração da exposição “Escrita do Sudoeste – Revelação/ Impressão/ Relação”




Dia 8 de Maio, 6ª feira, pelas 17h, inaugura no Centro de Experimentação e Criação Artística de Loulé (CECAL) a exposição “Escrita do Sudoeste – Revelação/ Impressão/ Relação” e que estará patente até ao final do mês.

Coordenada pelo artista plástico Miguel Cheta, a exposição resulta de um projecto artístico escolar que “reúne um conjunto de trabalhos e reflexões realizados pelos alunos de Arte e Design da Escola Secundária de Loulé” – escola associada da UNESCO – conforme havíamos anunciado.

Os 27 signos que compõem esta primeira manifestação de escrita da Península Ibérica foram o ponto de partida para explorar a relação com o território dos primeiros povos estabelecidos na serra localizada entre o Algarve e o Baixo Alentejo.

A anteceder a exposição, nesse mesmo dia pelas 16h, haverá uma apresentação sobre a escrita do Sudoeste pelo Projecto ESTELA na Biblioteca da Escola Secundária de Loulé seguida da visita aos trabalhos que se encontram patentes naquele espaço.

“As palavras Revelação, Impressão e Relação, nas suas múltiplas significações, são os conceitos recorrentes à realização desta viagem entre dois tempos. O antes e o agora.  E são também as ferramentas utilizadas para a apreensão deste alfabeto que nos pertence.”

Promovida pela Autarquia, no âmbito do projeto Educar para o Património da Unesco, a exposição conta com a colaboração do Projecto ESTELA.