sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Reportagem fotográfica das actividades realizadas nas Jornadas Europeias do Património



No dia 25, 26 e 27 de Setembro, conforme anunciado, realizaram-se as Jornadas Europeias do Património no Museu Nacional de Arqueologia onde o Projecto ESTELA promoveu visitas guiadas, oficinas pedagógicas e uma conferência. Embora tendo passado já algum tempo aqui ficam algumas imagens e notas sobre esses dias. 


Nos três dias, num total de mais de uma centena de pessoas, participaram nas visitas guiadas às exposições “Quem nos escreve desde a serra” e a exposição evocativa de “A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e Cultura”. 35 anos, 1980-2015. 


A oficina pedagógica “Cada estela, uma tela” acabou por ser realizada duas vezes, destacando-se a de 1 de Outubro protagonizada por cerca de 60 alunos do Lycée Français International de Porto que depois de visitarem as exposições, utilizaram a escrita do Sudoeste para escrever algumas palavras. 

 


 
No dia 26 foram perto de 50 pessoas que ouviram Amílcar Guerra (Universidade de Lisboa) falar sobre a escrita do Sudoeste na conferência da peça do mês a partir da estela do Tavilhão (Almodôvar). Aqui deixamos registado o resumo dessa apresentação: 

«Entre o espólio mais relevante do Museu Nacional de Arqueologia conta-se um conjunto de monumentos epigráficos do Sul de Portugal pertencentes ao que se designa como “escrita do Sudoeste”, também conhecida como “tartéssica”. Esta manifestação é tomada geralmente como a mais antiga escrita da Península Ibérica, à qual se atribui uma cronologia entre os séc. VII e V a. C. Um dos mais bem conservados vestígios deste conjunto é a estela do Tavilhão II, recolhida nesse lugar da freguesia do Ameixial, situado no interior do concelho de Loulé, em plena Serra do Caldeirão e nas margens da Ribeira do Vascão. 

A área em que este achado ocorre corresponde a um território em que se regista a maior concentração de manifestações deste género, repartida essencialmente entre este concelho e os vizinhos de Almodôvar, Silves e Ourique, os quais, só por si, reúnem mais de metade de todos as inscrições com esta escrita em território peninsular. Apesar de particularmente concentrados nessa área, a sua distribuição abarca todo o sul de Portugal (abaixo da linha de Serpa) e uma vasta área que engloba uma parte significativa da Andaluzia e Estremadura espanhola. 

O monumento em si corresponde a uma estela funerária que certamente identificaria a sepultura de um membro de elite dessa região, que também na morte se diferenciava de muitos outros membros da comunidade. A parte inferior do bloco de xisto deveria ser fixada no solo, acima do qual se apresentaria um texto escrito da direita para a esquerda (ao contrário, portanto, da orientação da nossa escrita). O sistema de signos usado nesta inscrição descende do alfabeto fenício e foi criado no Sul da Península Ibérica para transcrever a(s) língua(s) dessa região. Embora saibamos transcrever essas inscrições, não é ainda possível traduzi-las, desconhecendo-se mesmo a língua em que se encontram escritas, tratando-se, portanto, de um texto indecifrado.»
 


Por fim, no último dia cerca de 20 participantes exploraram as soluções digitais desenvolvidas no Museu Nacional e Arqueologia, em particular em torno do recipiente cerâmica com asa de cesta e a já referida estela com escrita do Sudoeste, peças que integram a exposição evocativa acima referida.
 

A organização destas actividades resultou de uma parceria com o Museu Nacional de Arqueologia e a equipa EuroVision Museum Exhibiting Europe, a quem agradecemos uma das imagens.
 
 
 

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Imagens da conferência e actividade no Centro de Ciência Viva de Lagos


 

 

Depois de uma ampla divulgação, cerca de 40 pessoas estiveram presentes no ciclo Ciência à Conversa e ouviram falar sobre a escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro no sul de Portugal e em particular na Fonte Velha de Bensafrim, no concelho de Lagos.

 

Depois de um debate participado foram muitos os que aceitaram o desafio de escrever numa placa de xisto o seu nosso nome, ou outra palavra, com os signos da escrita do Sudoeste.

 
Inseridas no ciclo “Ciência à Conversa”, as actividades resultam de uma parceria com o Centro de Ciência Viva de Lagos e o Projecto internacional Erasmus+ "Through old letter to new friendship", promovido pelo Agrupamento de Escolas Gil Eanes.

 
Agradecemos algumas das imagens gentilmente cedidas pela equipa do Centro de Ciência Viva de Lagos e esperamos que estas parcerias continuem durante 2016.
 

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

A escrita do Sudoeste na Ciência à Conversa



 

Dia 1 de Novembro, pelas 15h, vai-se realizar a conferência “Entre o mar e a planície: descobrir a escrita do Sudoeste” no Centro de Ciência Viva de Lagos, em parceria com o Agrupamento de Escolas Gil Eanes.
 

Inserida no ciclo Ciência à Conversa, vai-se falar sobre a escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro, ver onde encontrar os vestígios da escrita mais antiga da Península Ibérica e saber mais sobre uma escrita com mais de 2500 anos, de inspiração fenícia, cuja leitura dos signos é ainda hoje indecifrável.
 

Para além desta conversa haverá o desafio de escrever numa placa de xisto o nosso nome ou qualquer outra palavra, usando os signos equivalentes da escrita do Sudoeste.
 

Estas actividades vêm no seguimento da colaboração existente com o Projecto internacional Erasmus+ "Through old letter to new friendship", implementado por parceiros da Croácia, Portugal, Roménia, Polónia e Turquia, relativo a antigas escritas enquanto Património Cultural e fomentando não só a troca mútua de informações históricas mas também a expansão da amizade e de novos conhecimentos de alunos, pais e funcionários das escolas e dos parceiros do Projecto.
 

A escrita do Sudoeste está ligada ao concelho de Lagos porque em Fonte Velha de Bensafrim, há mais de um século atrás, foi escavada uma das primeiras necrópoles da Idade do Ferro, onde se encontraram pistas que nos levam até ao interior serrano - entre o Algarve e o Baixo Alentejo - onde se concentram os vestígios da escrita do Sudoeste entre populações que aí viveram durante a Idade do Ferro.
 

 

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Visitas guiadas, oficinas pedagógicas e conferência nas Jornadas Europeias do Património

 

Dia 25, 26 e 27 de Setembro tem lugar mais uma edição das Jornadas Europeias do Património, este ano dedicadas ao "Património Industrial e Técnico". Em parceria com o Museu Nacional de Arqueologia, a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e a equipa EuroVision Museum Exhibiting Europe, o Projecto ESTELA vai colaborar nalgumas das actividades promovidas por este Museu.
 

No dia 25, pelas 10h30, realiza-se a oficina pedagógica “Quem nos escreve misteriosas mensagens desde a serra.” Aqui, a escrita do sudoeste que ainda hoje permanece misteriosa, pois não foi possível decifra-la, serve de inspiração num desafio à imaginação para criar histórias sobre as pessoas que nos deixaram estas mensagens. Da parte da tarde, pelas 16h, está prevista uma visita guiada às exposições temporárias “Quem nos escreve desde a Serra” e Exposição evocativa de “A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e Cultura”. 35 anos, 1980-2015. Já pelas 17h vai-se realizar a oficina pedagógica “Cada estela, uma tela”, actividade que pretende explicar as estelas com escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro, para que o público possa “escrever” a sua “estela”.
 

No dia 26, à mesma hora, repete-se a visita guiada às exposições sobre as estelas com escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro através de um discurso atual e criativo. Antes, pelas 15h30, Amílcar Guerra apresenta a peça do mês “Estela com escrita do sudoeste de Tavilhão, Almodôvar” que está classificada como tesouro nacional e foi descoberta num sítio arqueológico da Idade do Ferro, entre o Alentejo e o Algarve. Esta revela uma inscrição da mais antiga forma de escrita da Península Ibérica e um dos maiores mistérios da Arqueologia europeia. O dia termina com a oficina pedagógica “Cada estela, uma tela” pelas 17h.
 

No dia 27, pelas 11h, a oficina pedagógica "Máquina do Tempo: objetos antigos, novas tecnologias" conta com animações digitais que se escondem nalguns dos objectos das exposições dedicadas à escrita do Sudoeste. Pelas 15h, a oficina pedagógica “Um objeto, muitas visões” vai servir para os participantes imaginarem uma história/ visão de uma forma criativa sobre um de 5 objectos arqueológicos, onde se inclui a estela com escrita do Sudoeste da Abóbada - Almodôvar. E o programa encerra pelas 16h com uma nova visita guiadas às exposições.
 

Para além destas actividades, está prevista a inauguração da exposição de desenhos "(a)Riscar o Património 2014", no dia 25 pelas 18h, e no dia 26 às 11h a visita guiada à exposição da Sala Egípcia.
 

Dirigidas ao público em geral e a famílias, todas estas acções de sensibilização patrimonial são de entrada livre e estão inseridas no plano de actividades das referidas exposições. No entanto, algumas requererem uma inscrição prévia e tem número limitado de participantes. Para mais informações e inscrições o Museu pode ser contactado através do telefone: 213 620 000.
 

As Jornadas Europeias do Património são uma iniciativa anual do Conselho da Europa e da União Europeia, divulgadas pela Direção-Geral do Património Cultural a um nível nacional. As jornadas têm como objetivo a sensibilização dos cidadãos para a importância da proteção do Património. Entre as muitas actividades que se desenvolvem há um programa completo que engloba oficinas pedagógicas, projeções de documentários/ filmes, encontros/ conferências, espectáculos artísticos,  exposições, peddy/ rally papers, rotas patrimoniais/ itinerários culturais,  visitas guiadas/ percursos orientados, entre muitas outras actividades.

 
 

domingo, 13 de setembro de 2015

Visita da Associação dos Arqueólogos Portugueses às exposições do Museu Nacional de Arqueologia


No dia 19 de Setembro, pelas 11h00, a Secção de História da Associação dos Arqueólogos Portugueses organiza uma visita guiada às exposições temporárias “Quem nos escreve desde a Serra” e Exposição evocativa de “A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e Cultura”. 35 anos, 1980-2015, patentes no Museu Nacional de Arqueologia.
 

A visita é de entrada livre mediante inscrição prévia (secretaria@arqueologos.pt). Guiada pelo Projecto ESTELA, em colaboração com a Associação e o Museu Nacional de Arqueologia, esta visita está inserida no plano de actividades das referidas exposições.
 

Fundada em 1863, a da Associação dos Arqueólogos Portugueses “é a mais antiga associação de defesa do património em Portugal e tutela o Museu Arqueológico do Carmo, o primeiro museu de Arte e Arqueologia do país.”
 

 

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

As actividades do Dia da Arqueologia no Museu Nacional de Arqueologia



No dia 24 de Julho celebrou-se o Dia de Arqueologia no Museu Nacional de Arqueologia com várias atividades desenvolvidas em colaboração entre o Projecto ESTELA, a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e o projeto europeu EMEE – EuroVision: Museums Exhibiting Europe.
 

Conforme referido anteriormente, esta celebração integra as comemorações internacionais, onde se pretende revelar o trabalho realizado em arqueologia e o dia-a-dia da profissão de arqueólogo, contribuindo para que o público compreenda melhor a relevância e importância desta ciência nos dias de hoje, na sua importância para proteger o nosso passado e na construção de conhecimento para o nosso futuro.
 

O trabalho de um arqueólogo é um longo processo, que não se esgota na investigação em gabinete e no campo, na recuperação, inventariação e estudo de artefactos. Há que também dar a conhecer esses objetos ao público, para que este valorize e entenda o seu passado, através de exposições e outras atividades.
 

Assim, para além da divulgação internacional sobre o Museu Nacional de Arqueologia no site do “Day of Archaeology”, foram realizadas algumas actividades que passaram por os visitantes conhecerem melhor a escrita do Sudoeste e a Idade do Ferro através de visitas guiadas à exposição “Quem nos escreve desde a Serra” e à “Exposição evocativa de A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e Cultura – 35 anos 1980-2015”.

 
 
Paralelamente, todos os presentes (visitantes, funcionários do museu e investigadores) foram também convidados a participar na atividade “Descodifique o seu nome”, onde tiveram a possibilidade de “experimentar” os referidos signos de escrita.

 
 

Houve ainda lugar à apresentação das soluções digitais desenvolvidas para as duas exposições referidas e que permitem aos visitantes explorar os seus conteúdos de modo mais envolvente e interativo.

 

Agradecemos algumas das imagens gentilmente cedidas pela equipa do Museu Nacional de Arqueologia e pelo Projeto EuroVision.
 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Visita do Centro de Arqueologia de Almada às exposições do Museu Nacional de Arqueologia


 
No dia 25 de Julho pelas 17h00 realizou-se uma visita guiada aos sócios e amigos do Centro de Arqueologia de Almada, no âmbito do plano de actividades associado às exposições patentes no Museu Nacional de Arqueologia: “Quem nos escreve desde a Serra” e Exposição evocativa de “A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e Cultura”. 35 anos, 1980-2015.

 
A visita resultou de uma colaboração entre o Centro de Arqueologia de Almada, o Projecto ESTELA e o Museu Nacional de Arqueologia, tendo estado presentes cerca de 15 pessoas.

 

Agradecemos algumas das imagens gentilmente cedidas por Vanessa Dias.

 

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Actividades e visita às exposições do MNA com a Associação Welcome People & Arts




No âmbito do plano de actividades associado às exposições patentes no Museu Nacional de Arqueologia: “Quem nos escreve desde a Serra” e Exposição evocativa de “A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e Cultura”. 35 anos, 1980-2015, durante a manhã do dia 8 de Julho realizaram-se algumas actividades com a Associação Welcome People& amp; Arts que promove uma melhor inclusão social através de actividades artísticas e culturais, junto de comunidades mais carenciadas.
 
 
As cerca de 30 crianças da Ludoteca da Outurela (Oeiras) tiveram uma visita acompanhada às exposições e depois realizaram uma actividade onde puderam usar os signos da escrita do Sudoeste para fazer a equivalência às letras do seu nome.
 
 
Estas actividades tiveram a particulariedade de terem sido promovidas em conjunto por dois dos parceiros do projeto europeu EuroVision – Museums Exhibiting Europe, o Projecto ESTELA e a Associação Welcome People & Arts, com a colaboração do Museu Nacional de Arqueologia.
 

Agradecemos as imagens gentilmente cedidas pelo Projecto EuroVision.

 

 

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A escrita do Sudoeste na capa do Jornal Público


 
A edição de hoje do Jornal Público apresenta na capa, em grande destaque, a estela com escrita do Sudoeste do Tavilhão. Esta imagem remete para a reportagem intitulada “Sudoeste de Portugal, o que nos dizem estas palavrasescritas na serra há 2500 anos?” da jornalista Lucinda Canelas.
 

Assim, nas páginas 28 e 29 da secção de Cultura deste n.º 9250 podemos encontrar uma reportagem sobre as exposições dedicadas à escrita do Sudoeste e à Idade do Ferro do Sudoeste Peninsular que se encontram no Museu Nacional de Arqueologia: “Exposição evocativa de «A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e Cultura». 35 anos, 1980-2015” e “Quem nos escreve desde a Serra, tendo havido uma particular atenção para a figura do louletano José Rosa Madeira e para a instalação contemporânea de Ângela Menezes.
 

Para além destas duas exposições que podem ser vistas até 27 de Setembro naquele Museu, também se falaram de outras que contaram com a participação do Projecto ESTELA, como a “Vida e Morte na Idade do Ferro” patente no Museu da Escrita do Sudoeste de Almodôvar, a “Coleção de Arqueologia José Rosa Madeira: de volta a um passado” que pode ser vista até 4 de Outubro no Museu Municipal de Faro e a “Escrita do Sudoeste – Revelação/ Impressão/ Relação” apresentada em Maio no Centro de Experimentação e Criação Artística de Loulé.
 

Em relação à estela do Tavilhão II, não se sabe muito como ocorreu a sua descoberta, mas foi pela primeira vez publicada em 1962 pelo investigador José Gómez Moreno e a sua proveniência conduziu Caetano Mello Beirão na década de 70 do século XX à identificação de um sítio arqueológico da Idade do Ferro no concelho de Almodôvar, hoje é classificada como tesouro nacional e pode ser vista no Museu Nacional de Arqueologia.