quinta-feira, 21 de maio de 2015

A estela do Monte Novo do Visconde no MESA


 
Na próxima sexta-feira - dia 22 - a estela do Monte Novo do Visconde passa a integrar a exposição do Museu da escrita do sudoeste de Almodôvar (MESA). A última vez que esteve exposta fora em 1980 no Museu Nacional de Arqueologia na Exposição “A I Idade do Ferro no Sul de Portugal: Epigrafia e cultura” que fará em novembro de este ano 35 anos.
 
Trata-se de um achado isolado recolhido junto de Casével (Castro Verde) e depositada na Câmara Municipal de Ourique, de onde transitou nos últimos anos para o Centro de Arqueologia Caetano de Mello Beirão. De acordo com informações recentes recolhidas pelo Projecto ESTELA, a sua descoberta em finais dos anos 70 terá proveniência nas proximidades do Monte Novo do Visconde, junto ao Monte da Preguiça/Monte da Ribeira, hoje ruínas nas margens da Ribeira dos Aivados. A sua associação a uma necrópole (CNS 6996) decorreu após a realização de uma “limpeza” e de uma sondagem de que apenas temos conhecimento de alguns fragmentos cerâmicos de pastas enquadráveis na Idade do Ferro, mas onde também ocorrem materiais medievais.
 
O monumento epigráfico (Beirão, 1986 e Correia, 1997: estela nº 60; Untermann, 1997: J.23.1) corresponde a uma estela de grauvaque de cor cinzenta por 0,95x0,345x0,22m, e é junto com as estelas de Gavião (Aljustrel) e do Cerro dos Enforcados (Panoias), um dos exemplares mais a Norte do conjunto das estelas epigrafadas do Sudoeste.
 
A recentemente abandonada linha férrea de Funcheira (Garvão) a Beja, sobranceira ao local do achado da estela do Monte Novo do Visconde, assinala essa linha de comunicação natural entre o ondulado da região do Alto Sado e a planície mais interior. A primeira marcada que foi pelas estelas que Caetano de Mello Beirão recolheu na década de 70 na região, como sejam nos sítios hoje submersos pela Barragem do Monte da Rocha e a escassa distância de Casével, como Fonte Santa ou Chada; a segunda região em torno de Beja, destacada nos últimos anos por um assinalável mundo funerário sidérico onde acentuaríamos, ao invés, a ausência de epigrafia.
 
No dia 22 uma breve apresentação da estela será feita por Samuel Melro (Projecto ESTELA / DRCALEN) e Amílcar Guerra (Universidade de Lisboa) no MESA.
 
 
 

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